Movimento das Forças Armadas

A 16 de março, dado o aumento da repressão levada a cabo pela PIDE/DGS, saíram das Caldas da Rainha oficiais com o objetivo de derrubar a ditadura, no entanto, este levantamento fracassou. Contudo, a tentativa mostrou aos oficiais do MFA que ainda estavam hesitantes que a sua única opção era fazer um golpe de Estado, e começaram os preparos para a tomada do poder. A ditadura foi derrubada em menos de 24 horas, quase sem derramamento de sangue. Os presos políticos foram libertados das prisões de Caxias e Peniche, a Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), renomeada por Marcello Caetano para Direção-Geral de Segurança (DGS), temida pelos seus métodos de tortura e assassinato, foi destruída, assim como a censura, e lançaram-se ataques à sede do jornal ''A Época'', o jornal oficial do regime. Os restantes símbolos do regime foram destruídos pela população ao fim de uma semana, e deu bases a um forte apoio popular ao MFA. Para a população, as Forças Armadas passaram de "agentes da repressão, autores de uma guerra colonial e defensores do regime", para "estar ao lado do povo explorado numa perspectiva de levar Portugal rumo ao socialismo".
A reestruturação da correlação de forças no MFA inteiro em setembro de 1975 levou à criação de um grupo proveniente de uma aliança entre o Partido Socialista (PS), o Grupo dos Nove e da direita política, um segundo grupo criado proveniente da ''esquerda militar'' que tinha apoiado o Partido Comunista Português (PCP) até ao V Governo Provisório, muito favoráveis às teorias terceiro-mundistas, que proclamava o ''putschismo'' para "chegar ao socialismo", e que tinham como origem a dualidade de poderes nas Forças Armadas que nasceu da crise do MFA e do rompimento do PS com o PCP. O terceiro grupo era constituído por militares favoráveis ao PCP e a sua política de reconstrução do MFA com a correlação de forças anterior às que saíram da reorganização da Assembleia de Tancos, assim como voltar com a coligação PS-PCP-MFA. Entre a Assembleia de Tancos e a Crise de 25 de Novembro de 1975, passam três meses, e nestes meses ocorreu um combate entre a política de cada um dos três grupos, militares e políticos.
Destacam-se as Campanhas de Dinamização Cultural e Ação Cívica do MFA que eram um programa cultural descentralizado de forma a capacitar política e culturalmente populações negligenciadas ao longo de décadas. As brigadas da Dinamização Cultural — soldados, estudantes e artistas, privilegiaram a intervenção no centro e norte rurais. Estas campanhas promoveram a cultura, como o cinema, teatro e literatura que, além do contributo que teve enquanto existiu, teve influência nas políticas culturais em Portugal nos anos após a revolução.
A 24 de abril de 2024, foi agraciado com o grau de Membro Honorário da Ordem da Liberdade. Fornecido pela Wikipedia